segunda-feira, 13 de abril de 2015

Gestão da FJA prioriza participação popular

A Fundação José Augusto iniciou um ciclo diferente em 2015, buscando construir uma nova narrativa para as políticas públicas culturais no Rio Grande do Norte. Essa diretriz já pode ser vista nas ações desenvolvidas durante os 100 primeiros dias da gestão, com abertura de diálogo. Também está entre as metas do Governo, revisar os dispositivos jurídicos que regulamentam os principais meios de fomento à Cultura.

A FJA, em atitude inédita, abriu suas portas para produtores, artistas e gestores municipais, também visitando lugares onde nunca havia chegado, por meio do “Diálogos Culturais”. Mossoró, Nova Cruz, São Miguel do Gostoso, Campo Grande, Janduís, Ipanguaçu, São José de Campestre, Carnaúba dos Dantas, João Câmara, Santa Cruz e Goianinha foram alguns dos municípios visitados. Os setores ouvidos individualmente: Artes Visuais, Audiovisual e Dança, aguardando agenda com Música, Teatro e Produção Cultural.

Durante os encontros surgiram deliberações importantes, como a criação de um fórum estadual de gestores de Cultura e também os fóruns regionais; criação de um programa de formação artística; cursos para gestores e conselheiros de Cultura; circuito de apresentações artísticas que percorra várias cidades do estado e revisão da Lei do Fundo Estadual de Cultura para garantir uma porcentagem mínima de repasse para Fundos Municipais de Cultura.

O diretor geral, Rodrigo Bico, acredita que é urgente a revisão da Lei Câmara Cascudo. A ação será concomitante à execução em 2015. Para isso será formado um grupo de trabalho com a participação da sociedade civil. A renúncia fiscal é de R$ 6 milhões.  O cadastro de projetos será realizado em duas etapas: de 1° de abril a 15 de junho e de 15 de julho até 15 de setembro. Os projetos habilitados serão divulgados no Diário Oficial do Estado à medida que são avaliados.

A nova gestão também lança seu olhar sobre o RN Criativo, programa de formação e capacitação técnica de projetos culturais que estava prestes a ter cancelado o seu convênio com o Ministério da Cultura. Os profissionais contratados por meio de seleção pública não recebiam seus salários desde junho de 2014. Graças a um esforço coletivo no Governo em priorizar esse convênio, numa mobilização que envolveu a Secretaria de Planejamento (Seplan), a Fundação poderá dar continuidade ao programa.

Com recursos do RN Sustentável serão realizadas reformas no Museu Café Filho, Memorial Câmara Cascudo e Biblioteca Câmara Cascudo. Essa última também conta com recursos do MinC para sua modernização.

Teatro Alberto Maranhão e Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão concluem projetos e preparam licitações pelo PAC Cidades Históricas. O Teatro Lauro Monte Filho está com suas obras paralisadas, em processo de distrato de uma obra não concluída para que o seu projeto também seja incluído no RN Sustentável. A FJA conta ainda com 28 Casas de Cultura pelo estado. Boa parte precisa de reparos e cuidados para que voltem a funcionar plenamente, de acordo com Rodrigo Bico.

Entre os desafios está o acesso a informações perdidas nas gestões passadas e reparar danos burocráticos que emperraram o funcionamento da Fundação. Além de ser responsável por cuidar de fomento, formação, pesquisa e circulação da Cultura e das Artes, a instituição possui mais de 50 prédios. Apesar da amplitude do órgão, o trabalho tem sido conduzido de tal forma que todo o estado perceba a atuação.

“São muitos os desafios que nos motivam a deixar um legado importante para a Cultura do nosso estado. Como meta principal para este ano, devemos fazer um esforço coletivo nas três instâncias de poder (Executivo, Legislativo e Judiciário) e em parceria direta com a sociedade civil pra aprovarmos os tão sonhados marcos legais para nossa cultura potiguar. Resguardando nossas políticas culturais em leis e transformando-as em política de Estado e não apenas de Governo”, avisa o diretor geral da FJA.

Também figura nas principais atividades já realizadas pelo Governo do Estado no âmbito cultural, o aniversário do Teatro Alberto Maranhão, que comemorou seus 111 anos de história com uma ampla programação. Destaque para a abertura da temporada de concertos da Orquestra Sinfônica do RN.

Outra importante iniciativa foi a de reativar o Centro Experimental de Teatro, fechado em 2011. A primeira etapa dessa reabertura, que será gradativa, foi realizada ainda em formato piloto, no 1º Ciclo de Leituras Dramáticas. Sem sede, a ideia é ter um Centro volante, que percorrerá vários municípios do RN.

De 8 a 15 de março a Fundação José Augusto, em parceria com a Secretaria Extraordinária de Juventude e com a Secretaria Extraordinário de Políticas para as Mulheres realizou a “Travessia Poética: Semana Potiguar de Poesia”, com atividades em 13 municípios (Natal, Mossoró, Caicó, Currais Novos, Santa Cruz, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Janduís, Campo Grande, Parelhas, Lajes Pintadas, São Miguel do Gostoso e Touros).

O evento teve apoio de poetas, pontos de cultura, Secretaria de Cultura da Paraíba, Sebrae e Prefeitura Municipal de Mossoró. Envolveu inúmeros artistas em ações itinerantes. E contou com uma diversificada programação com Mostra de Audiovisual, saraus, apresentações teatrais, shows musicais, oficinas, mesas de conversa e lançamento de livros.

A décima edição do Prêmio de Poesia Luís Carlos Guimarães foi lançada. As inscrições ficam abertas até 30 de abril e o concurso premiará as melhores poesias inscritas, com direito a lançamento de um livro com uma coletânea de textos inscritos.

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